Infelizmente já era de se esperar da sua desistência de nós dois. Eu já sabia que ao passar do tempo, você já não riria mais de meus gracejos, e muito menos de meus desjeitos. Eu já sabia que ao passar do tempo, meu colo já não era tão confortável como parecia ser. Eu já sabia que ao longo dos meses, me ligar no meio do expediente de trabalho já não fazia tanta importância assim. Eu já sabia que ao passar das semanas, você não acordaria mais no meio da noite para cobrir-me com o nosso cobertor novamente. Eu já sabia de tudo, e ainda sim continuei insistindo em algo que, mais cedo ou mais tarde iria se findar. Eu vi nos seus olhos aquela angustia de quando a gente não quer estar em algum lugar, mas por algum motivo você tá ali, preso. No seu arfar dava pra notar que estava cansado da nossa rotina, de mim – de tudo. A sua voz doce que podia ser comparado facilmente com brisa de verão, já havia se tornado como terras implantáveis - seca por si só. Mas eu, eu aqui, eu acreditei que eu estava enganada, que era só um pressentimento bobo, que nunca iria se cumprir. Sabe por quê? Porque só você sabia me embalar como ninguém, porque só você que tinha aquele sorriso.. Aquele sorriso, que me ganhava por inteira. Porque só você tinha dois braços que tinham a medida certa para envolver minha cintura. Porque só você tinha aquele cheirinho de arroz bife feito na hora (risos) Ah.. O nosso arroz bife, queimadinho embaixo, grudadinho em volta na panela, ah.. era irresistível. Por um minuto eu pensei que, nós éramos perfeitos um para o outro. Pelo resto de minha vida, ou talvez só por alguns anos, e até por curtos meses se duvidar, eu vou pensar que o problema na nossa relação, na verdade, era eu.

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