Repeli para longe dos meus pensamentos aquilo que me prendia a ti, mas foi em vão. Cedi. Cai. Como um pássaro desgovernado que perde as asas no voo mais arriscado. Não tive medo da queda, só tive medo de não voltar a voar. Tive medo do que me afastava de mim, do que me tirava o controle da situação. Mas o medo é o condutor dos desejos de sonhar, isso nenhum mortal pode cobrir ou negar; Caído eu pude, com clareza, ilustrar minhas dúvidas nas fortes lembranças de sua boca na minha, de seu corpo no meu, do amor em nós, que adormeceu, feriu, apagou-se por um momento, mas jamais morreu. Quem ama entende, que isso trás o sofrimento, trás o pavor, mas também sabe curar. E mesmo tendo caído, no abismo das dores de amar, jamais esqueci de você. Jamais desisti de nós. E mesmo sentido os pesares do teu céu, jamais neguei-me a voar.

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