Ando precário, transbordando, caindo pelas beiradas. Berrando
com os lábios apertados, suplicando um olhar com o canto do olho. Ando
enlouquecendo de tão só, de tanto precisar de você, de tanto não te ter. Sem
base, sem chão, sem teus braços com tuas manias de me largar tão cedo. Mais
carente, eu sei que estou, sei que sou, sei que peço muito, sei que não peço nada; sei que só peço
o que preciso, e se peço é porque não tenho. Venho precisando tanto de ti que já
não sei como lhe mostrar, não sei nem se queres me dar tua atenção, ou teu
fraco interesse. Mas sei que preciso, preciso que tuas mãos se mantenham em meu
corpo, seu lábios em meu pescoço e seu coração em mim. Preciso mais do
que tudo, meu amor, de você. De te ver comigo de corpo e alma, de que você
precise de mim.