Tu fazes isso de propósito. Eu sei… Somes porque sabe que a qualquer hora que voltar eu estarei aqui de braços abertos para te apertar e sussurrar no seu ouvido que senti saudades. Conheces-me e por isso me usa. Porque sabe que meu intelectual não funciona quando o assunto é amor; sabe que sou perdidamente apaixonada por tu e me doeria te recusar um retorno. Mas eu quero dizer que mudei Augusto. Eu mudei. E quando tu resolveres voltar será tarde demais. Não atenderei seus telefonemas, queimarei suas cartas e te enviarei as cinzas só para tu veres o quanto eu mudei. Mas cadê você Augusto? Cadê suas cartas em minha caixa de correios? Cadê suas ligações perdidas e seus e-mails não respondidos? Será que é tão orgulhoso ao ponto de nem ao menos tentar voltar? Não conhecia esse seu lado orgulhoso, frio, soberbo, ignóbil, e por isso não faço questão que voltes. Mas se voltares… Não ligo. Sua voz grossa, porém macia, não me traz mais paz, seu sorriso largo e alvo não me tira mais suspiros e seu cheiro não me deixa mais ébria. Eu não te amo mais Augusto. Não mesmo, nem um pouco. Mas eu queria saber: se não te amo por que é o teu nome que vejo quando viro a página do meu caderno? Por que é teu nome que rabisco nas capas dos livros de amor? Por que é em você que eu penso quando leio um texto clichê? É Augusto… Eu tenho que admitir: eu ainda amo você e, por mais que eu queira, não consigo te esquecer.

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